sexta-feira, 25 de maio de 2012



A LATINHA DE LEITE 
Dois irmãozinhos maltrapilhos, provenientes da favela, um deles de cinco anos e o outro de dez, iam pedindo um pouco de comida pelas casas da rua que beira o morro. Estavam famintos. 

- Vai trabalhar e não amole - ouvia-se detrás da porta - aqui não há nada moleque, dizia outro. 

As múltiplas tentativas frustradas entristeciam as crianças... Por fim, uma senhora muito atenta disse-lhes: 

- Vou ver se tenho alguma coisa para vocês... coitadinhos! 

E voltou com uma latinha de leite. 

Que festa! Ambos se sentaram na calçada. O menorzinho disse para o de dez anos: 

-Você é mais velho, tome primeiro. 

E olhava para ele com seus dentes brancos, a boca semi-aberta, mexendo a ponta da língua. 

Eu, como um tolo, contemplava a cena... Se vocês vissem o mais velho olhando de lado para o pequenino! Leva a lata à boca e, fazendo gesto de beber, aperta fortemente os lábios para que por eles não penetre uma só gota de leite. Depois, estendendo a lata, diz ao irmão: 

- Agora é sua vez. Só um pouco. 

E o irmãozinho, dando um grande gole exclama: 

- Como está gostoso! 

- Agora eu, diz o mais velho. 

E levando a latinha, já meio vazia, à boca, não bebe nada. "Agora você. 

- Agora eu. Agora você. Agora eu... 

E, depois de três, quatro, cinco ou seis goles, o menorzinho, de cabelo encaracolado, barrigudinho, com a camisa de fora, esgota o leite todo...ele sozinho. 

Esse "agora você", "agora eu" encheram-me os olhos de lágrimas... 


E então, aconteceu algo que me pareceu extraordinário. O mais velho começou a cantar, a sambar, a jogar futebol com a lata de leite. Estava radiante, o estômago vazio, mas o coração trasbordante de alegria. Pulava com a naturalidade de quem não fez nada de extraordinário, ou melhor, com a naturalidade de quem está habituado a fazer coisas extraordinárias sem dar-lhes maior importância. 





Daquele moleque nós podemos aprender a grande lição, "quem dá é mais feliz do que quem recebe." É assim que nós temos de amar. Sacrificando-nos com tal naturalidade, com tal elegância, com tal discrição, que os outros nem sequer possam agradecer-nos o serviço que nós lhe prestamos.

Deus nos abençoe e nos dê a capacidade de sermos prestativos e pensarmos sempre no bem dos outros!
Nossa Senhora interceda por nós!
Amém!

Não esqueça Encontro da IAM amanhã 26/05/2012 às 14 horas no CBNET! Espero você!

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